A água de NY

A maioria das pessoas sabe que a água aqui nos EUA é tratada e se pode tomar da torneira. Pelo menos aqui em NY.

Acho que muita gente já deve ter visto em filme como no “Separados pelo casamento”, onde o protagonista toma água da torneira da pia da cozinha.

Apesar da facilidade em beber o líquido, é comum encontrar nos supermercados os carrinhos lotados de garrafas de água mineral. Nas prateleiras das delis (delicatessen), farmácias e supermercados existem garrafas de todos os tamanhos e você ainda pode escolher a nacionalidade.

O único problema em beber a água direto da torneira é o cheiro forte de cloro. Em alguns lugares é realmente insuportável. Há uns meses fui “obrigada” a beber na casa de amigos. Não seria nada elegante reclamar ou recusar a água que te oferecem não é?

Roberto Carlos no metrô

Você deve estar achando que eu encontrei o REI no metrô, mas não foi bem isso que aconteceu. Hoje ao desembacar numa das estações mais movimentadas de Nova York, ouvi de longe “Lady Laura”. A famosa música que o Rei Roberto Carlos compôs para a mãe dele.

Sai correndo acompanhando o som até achar o responsável. O que eu tinha em mente: uma nova pauta. Cheguei até pensar no título enquanto corria. “Brasileiro toca os sucessos do Rei em NY”, ou algo parecido.Enfim, encontrei o músico.

Ouvi um pouco a música, peguei o cd que estava no châo para vender. Vi tinham várias músicas do Roberto Carlos, mas ao perguntar: você é brasileiro? Veio a decepção... ele me disse: sou dominicano! Acreditem, um dominicano cantando músicas do nosso rei no metrô. Mesmo assim adorei ouvi-las!

Isabella

Ela parecia ser muito alegre como a mãe diz. Todas as fotos que vi de Isabella Nardoni, ela estava sorrindo. É muito triste saber que esse sorriso não alegrará mais os dias de sua mãe. E que sua vida foi interrompida tão cedo e de uma forma brutal.

Esse caso tem tirado meu sono durante as noites. Mesmo morando fora do Brasil, tenho acompanhado o caso pela internet. Não consigo entender como um pai participa de um fato com esse. No meu conceito, e acredito que de todas as pessoas normais, os pais devem proteger, dar carinho, educação. E Isabella foi assassinada justamente por quem deveria defendê-la.

Desde o primeiro momento fiquei cismada com o fato de não ter havido desespero na hora em que Isabella caiu. Como é que uma criança caí do sexto andar de um prédio e o pai quando desce reclama da segurança do prédio ? Não precisaria nem ser meu parente para eu ficar louca e tentar salvar a vida da criança. No mínimo checar se ela está viva e ligar para o resgate.

Sinceramente o tal “invasor” teria que ser ninja para entrar no apartamento, estragular a menina, achar uma faca e uma tesoura, cortar a tela de proteção, jogar a menina e ainda conseguir fugir. Tudo isso enquanto o pai desce para pegar os outros filhos que ficaram no carro. No mínimo ele iria dar de cara com o invasor. Essa foi a desculpa mais esfarrapada que já ouvi.

Queria agir como a mãe de Isabella, que não quer chorar porque a menina não gostava de ver ninguém triste. Não consigo! Toda vez que vejo aquela carinha me emociono. Minha idignação é tamanha que depois disso vivo alertando a minha família em relação à segurança.

É triste ter medo de confiar nas pessoas. É triste ter medo de ser mãe...

Isabella, você deve ter virado um anjinho e a essa hora deve estar protegendo todos que a amam. Descanse em paz pequena!

Papa Bento XVI

O Papa Bento XVI chegou hoje em Washington e foi recebido pelo presidente George W. Bush. A visita vai durar seis dias e um dos assuntos que provavelmente ele irá discutir é sobre os escândalos sexuais que envolvem padres americanos. Os primeiros casos públicos de abuso sexual cometidos por padres aconteceram em 2002. A Igreja já pagou mais de US$ 2 bilhões em indenizações.

Ainda no avião, Bento XVI enviou um recado para os americanos, disse estar profundamente envergonhado com os casos de abuso sexual. “Nós vamos excluir pedofilia de toda a sacristia”, afirmou para jornalistas, “Vamos fazer o possível para que isto não aconteça mais no futuro”, completou.

Na sexta-feira o Papa desembarca em Nova York, onde irá celebrar uma missa na Catedral de Saint Patrick. No sábado, ele irá percorrer um trajeto no papamóvel. E no domingo, celebrará uma missa no Estádio dos Yankees. Milhares de pessoas deverão se reunir para ver de perto, ou de longe, o chefe da Igreja Católica.

Chiclete nos EUA

Foi uma euforia saber que a banda baiana Chiclete com Banana ia fazer uma turnê pelos EUA. Adoro as músicas, pricipalmente as mais antigas como “se liga Brasil, eu sou brasileiro...” e “diga que valeu...”.

Mas como a alegria de pobre dura pouco, quando soube que o ingresso seria vendido por 100 dólares desisti. Sem querer desmerecer a banda, mas achei um absurdo porque mês passado fui para o show da Alanis Morissette por $85. E já soube que em breve vai ter show do Djavan, cantor alagoano que eu amo, por 35 dólares.

Enfim, no final acabei indo porque consegui uma credencial de imprensa. Ainda bem que fiquei na área reservada para os repórteres porque o meu arrependimento não demorou para surgir. O show foi em Newark, a uns 50 minutos de Nova York, dentro de um hotel por causa do frio. Segundo a organização do evento, tinham duas mil e 500 pessoas no local.

Quando cheguei presenciei um policial expulsando um brasileiro por causa de uma briga. Ele estava com o olho inchado e bastante roxo. Acho que ele não conseguiu assistir o show Chiclete!

Tinha muita gente embriagada. Mulher bêbada caindo e discutindo com o namorado, ficante ou sei lá o que. Homens saindo no tapa a cada instante. Sem falar nos engraçadinhos que pegavam a cerveja e rodopiavam acima da cabeça molhando todo mundo que estava ao redor.

O Bel, vocalista da banda, como sempre arrasou. Ele é muito alto astral e cantou músicas que me fez voltar no tempo. Mas infelizmente os brasileiros fizeram com que eu detestasse o evento. Depois muita gente fica indignada e não sabe porque levamos fama ruim pelo mundo a fora.

Tenho orgulho de ser brasileira, mas neste dia, os brasileiros que me perdoem, mas eu senti vergonha!

Uma nova estação

Finalmente mudou de estação aqui nos EUA. Estamos na primavera. É muito interessante ver a paisagem se transformando aos poucos e as árvores secas começando a florescer.

Os casacos mais quentes estão sendo guardados para o próximo inverno e as lojas e restaurantes trocando a calefação pelo ar-condicionado. Já se pode ver crianças brincando no parquinho e algumas motos nas ruas.

Logo que cheguei estranhei porque em São Paulo, onde eu morava, existiam motos por todos os lados, e aqui eu ainda não tinha visto. E outro detalhe: não existem motoboys por aqui. Se você pedir uma pizza por exemplo, ela vem de honda ou algum carro similar.

Bom, voltando à primavera, tenho percebido que as pessoas estão mais alegres. Deve ser porque estão com menos roupas e ainda podem caminhar por mais tempo nas ruas.

Ontem quando olhei pela janela do apartamento, percebi que o meu vizinho da casa ao lado colocou a mesa no quintal. Logo logo verei um dos famosos churrascos de fim de semana da família americana.

É excitante ter as estações do ano bem definidas. As pessoas esperam ansiosamente. É divertido ver a rotina da cidade mudar. As lojas com vitrines mais alegres e as pessoas planejando viagens pela redondeza ou até mesmo um pic nic em alguns dos parques da cidade.

So, enjoy the Spring!

É mais barato ligar de NY para Maceió do que de SP

Logo que cheguei em NY comprei um cartão telefônico de 10 dólares para ligar para o Brasil. É bem fácil de usar. É só ligar para o número indicado, raspar a tarjeta e digitar o código. Tudo bem que são “300” números que você precisa digitar, mas ligação pode ser feita de telefone fixo, celular ou orelhão.

O inacreditável é que o cartão durou quase um mês, mesmo ligando quase todos os dias para o matar as saudades da família.O meu celular é praticamente um mini computador e custou apenas 79 dólares. Tem windows, msn, camêra de foto e vídeo, acesso a internet ilimitada e etc. O plano é 49 dólares por mês e tenho direito a mil minutos, ligo de graça depois das 7 da noite e durante os fins de semana. E pasmem: posso ligar para qualquer lugar do EUA. E isso só vai me custar o preço de uma ligação local.

Comparei com a cidade de São Paulo porque eu morava lá e gastava uma fortuna todos os meses apenas para dar um breve alô diário.

Não entendo porque os impostos no Brasil são tão caros. E nem porque o valor dos minutos são tão altos. Se aqui nos EUA, por esse preço tão acessível as empresas lucram, imaginem como estão as contas bancárias dos donos das empresas telefônicas do Brasil.