Sunday, September 11, 2011

Dez anos da tragédia que marcou o mundo



Faço parte de um grupo no Facebook chamado “brasileiras em Nova York”. Coloquei um post lá pedindo depoimentos das pessoas que estavam aqui em 11 de setembro de 2001. Foi uma surpresa enorme receber mais de 70 comentários, pessoas me ligando, mandando emails. Ouvi histórias incríveis que me ajudaram a dar entrevistas ao vivo direto de Nova York para diversas cidades do Brasil. Depois de um dos comentários, resolvi publicar os relatos. Mais uma vez, agradeço a todas que descreveram esse momento tão doloroso que todos por aqui querem esquecer.


Carla Cavellucci Landi - esses depoimentos deveriam estar publicados, até como forma de conscientização para os que falam "bem-feito" lá no nosso país... tenho certeza que nenhum lugar tem tantos depoimentos dessa natureza em português.


Christiane Valle. - Eu morava na Avenida D com 8th street, mais ou menos umas 3 milhas do World Trade Center. De minha janela eu via uma pontinha das torres, mas assisti tudo pela TV mesmo. No dia, acordei cedo, como de costume, para levar meu filho, então com 9 anos, para a escola. Eu tinha planos de ir pegar um pagamento que me deviam num escritório localizado em um dos prédios do complexo World Trade Center, mas mudei de idéia no caminho de volta para casa. Resolvi parar no mercado e comprar ingredientes para preparar um bom café da manhã para meu pai que estava de visita e retornaria ao Brasil naquela noite. Enquanto pagava a compra vimos, eu e a caixa, anúncio na TV de um acidente de avião naquela região. Corri para casa para me inteirar das notícias e, com horror, vi na televisão que, na verdade tratava-se de um avião grande, de carreira. Eu e minha irmã assistíamos a TV chocadas, mas até o ponto da batida do segundo avião na outra torre, a TV anunciava um acidente. De repente, notamos fumaça na segunda torre e no minuto seguinte o repórter da TV gritou: AMERICA IS UNDER ATTACK e daí começou o terror. Imediatamente liguei para meu marido, na época meu namorado, sabendo que ele passava pela estação de metrô localizada no World Trade Center, mais ou menos naquele horário. Por muita sorte, ele chegou lá antes que as torres caíssem e saiu ileso, mas não escapou de responder aos chamados de resgate, já que era policial da NYPD e isso o afetou para o resto da vida. A TV anunciava que para a segurança das crianças os pais não fossem buscá-las nas escolas públicas porque as mesmas não seriam liberadas. Comecei a me desesperar. Ficamos eu, meu pai e irmã em casa aterrorizados, esperando ataques aéreos a qualquer minuto (era isso que se temia) e sem saber o que fazer. Quando a primeira torre caiu, coisa mais surreal, meu Deus, eu e papai decidimos que iríamos buscar meu filho na escola à despeito das orientações da cidade. Fomos pela rua enfumaçada, correndo com outros pais que saíam desesperados em busca de seus filhos. Na escola tivemos alguma dificuldade, bate-boca para retirarmos as crianças, mas graças a Deus peguei meu filho e voltei para casa, certa de que as coisas iam piorar dali para frente. No caminho de volta para casa ouvimos gritos em forma de coral das muitas pessoas que estavam nos telhados dos prédios e tomamos conhecimento da queda da segunda torre. Um horror. Minha rua era a última antes do East River no lado leste e foi feita de rota de escape para as vítimas que seguiam a pé e também serviu para o alinhamento dos MUITOS, MUITOS MESMO carros de resgate e caminhões de recolhimento de entulho. Uma loucura assistir isso da janela. Um mar de gente coberta de poeira de cor estranha andando pela rua. O pó e o cheiro demoraram pelo menos uma semana para diminuir. A cidade fechou as ruas e bairros abaixo da rua 14. Todos os moradores daquela região precisavam apresentar identificação para circular perto de casa. Durante muitos dias a cidade viveu em estado de alerta, sempre com ameaças de possíveis novos ataques. Me lembro que uns dias depois estávamos eu e meu pai indo ao Consulado Brasileiro para tentar informações mais precisas de quando ele poderia voltar ao Brasil e o prédio da Time Warner tinha acabado de ser evacuado. Houve uma histeria popular que levou a uma correria louca de um lado para o outro e nós, perdidos naquela situação começamos a correr contra a corrente. Por fim, paramos olhamos um para o outro e voltamos a correr na direção oposta!! Hoje damos gargalhadas desse episódio específico, mas na hora, só desespero. Nunca vou esquecer os muros com fotos, descrições e anúncios de "Procura-se" (Missing Person). Era muuuuito triste. A estação da Union Square ficou COBERTA de papéis por muito tempo de familiares procurando pessoas desaparecidas. Era incrível assistir a dor. Ainda hoje se vêem papeizinhos com nomes de pessoas em um dos corredores daquela estação. A Union Square virou ponto de encontro espontâneo dos que iam em busca de compartilhar a dor daquela experiência. Estive em algumas vigílias com velas e encontros silenciosos com centenas de pessoas. Olha, tudo foi terrível e triste mesmo. O medo imperava e as pessoas estavam muito perdidas. Era uma energia estranha. Certamente esse episódio marcou minha vida e dos que estavam ao meu lado de forma bastante traumática. Contudo, sou da turma que acha que uma violência não justifica a outra. Acredito que é quebrando-se esse ciclo de violências que caminharemos para a paz. Por isso, não comemorei a morte de Bin Laden. Não acredito em vingança como meio de redenção.

Chris O'Sullivan. – Foi terrível, vi tudo pois o meu escritório tem a vista pra downtown. O mais incrível é que o dia estava lindo sem uma nuvem no céu. Um típico crisp september morning. Eu fiquei no trabalho por quatro dias sem voltar pra casa. O clima era super estranho mesmo. Ninguém sabia como agir e nas coorporações a mensagem era "business as usual". Um verdadeiro nightmare. Até hoje não posso ver imagem alguma relacionada a 9/11. Foi sem sombra de dúvida uma tragédia. Fiquei chocada quando vi e li postings e artigos dizendo que justiça não é feita com a morte de um ser humano quando Bin Laden foi morto. Obviavelmete estas pessoas não passaram o que passamos aqui ou não conhecem alguém que morreu queimado nas torres como eu conhecia. Horripilante! Sem contar que para quem trabalha em mundo coorporativo como eu a mensagem era clara e nítida: "business as usual"!!! E a raiva contra os USA é alarmante no mundo a fora. Voltei do Middle East chocada...eles absolutamente ODEIAM tudo relacionado aqui. Não são todos mas a maioria. O desdenho é uninime!

MariLiza Backstrom. -Eu estava aqui e vivenciei tudo! Um Horror! Tive que sair correndo quando cheguei pra trabalhar pertinho das Torres e a primeira torre começou a desabar na minha frente! OMG! Parecia do fim do mundo! Não sabia o que estava acontecendo! Estava sozinha, sem comunicação, sem saber pra onde ir mas continuava correndo e chorando feito louca com centenas de pessoas! Foi um Horror! Phew! Mas GRAÇAS A DEUSA ... conseguir escapar!
Fabiana Saba Sutton- Eu também estava, e meu marido viu da janela do escritório. Foi realmente horrível. Eu estava dormindo quando meu marido me ligou. Ele estava nervoso e pediu para que eu ligasse a TV. Ele me disse que viu da janela do escritório um avião bater na torre. Então vi que tinha entrado um avião na torre, mas ninguém sabia o porque. Logo depois entrou o segundo e a ligação foi desconectada. Fiquei desesperada pois não sabia quão perto ele estava, e nem o que estava acontecendo. Fiquei com medo, e se fosse uma guerra? Eu estava no apartamento do meu marido, então namorado, e era no 39 andar e mesmo sendo no Upper East side dava pra ver a fumaça saindo das Torres. Aliás por dias se viu uma nuvem da minha janela.
Não consegui me comunicar com meu marido, a familia dele me ligava e eu não tinha respostas, mas logo ele chegou em casa, assustado, sujo e meio atordoado. Demorou dias pra ele parar de sonhar com a cena do avião batendo na Torre. Poucos dias depois ouvimos um barulho estrondoso e nos abaixamos, pensando o pior, e não era nada. Mas essa era a sensação, de algo podia acontecer a qualquer momento. Fomos no dia segunte no ground zero para doar pizzas e baterias (era pedido na Tv para fazermos isso). O cheiro la era terrível! Cheiro de morte! Fomos doar sangue mas todos os locais para doação já tinham mais do que o suficiente, pois todos estavam doando. Pois é, todos se uniram, doaram sangue, dividiram lágrimas! Uma sencação da verdadeira comunidade. Uma coisa muito forte nos uniram. Não dá pra explicar, mas é como se todos se olhassem e pela primeira vez se viam, sabe. Já faz tanto tempo tudo isso, e ainda está marcado em todos nós. Todos se lembram aonde estavam naquele dia terrível. Acho tão feio aqueles que dizem que os americanos mereceram isso! Fico muito magoada que existem pessoas que possam pensar isso, desejar isso ao próximo. Claro que existem sofrimentos em tantos lugares, tantas vítimas pelo mundo, e eu sinto por todas elas. Mas isso não desculpa esse ato horrível contra o ser humano, e também não justifica ao pensamento daquele que dá com os ombros e diz sem nenhuma compaixão: existe tanta coisa pior no mundo! Espero que a família das vítimas encontrem paz. E o que era para nos deixar mais fraco só nos deu força, pois nos tornou mais humanos.


Carol Guedes: Um ano atrás, estava chegando as 2:am em NY depois de uma semana de férias no Colorado. Estava passando o verão em NY fazendo cursos na Parsons School of Design antes de iniciar meu mestrado no Reino Unido. Cheguei no aeroporto de Newark, depois de HORAS de atraso no vôo. Tive de fazer conexão em Chicago e depois depois de muito custo, consegui que me colocassem nesse vôo que chegou as 2am em Newark, mas minha mala ficou no vôo original (e claro depois de tudo que ocorreu fiquei sem ela por um bom tempo... Peguei um car service para a casa de minha amiga onde passaria a última semana antes de ir para Barcelona. Ela morava na West 13th e 6th Av. Estava um pouco assustada em voltar tão tarde para casa e sem saber se o taxista estava me levando na direção correta.. Me lembro que as torres foram o meu norte, a cada momento que via que estavámos chegando mais perto da torres, sabia que o motorista estava realmente indo em direção a Manhattan. Cheguei e fui dormir. Acordei cedo para fazer uma prova de inglês (TOEFL) e não liguei a TV. Ao sair de casa, levei um susto. TODO mundo na rua olhando em uma mesma direção. Quando vi as duas torres já estavam em chamas. Escutei na rua dizendo que tinha sido um avião que bateu na torres. Minha primeira reação foi, gente que piloto sem noção, e pior o segundo que foi de alguma forma ajudar, também teria se atrapalhado. Mas estando nos EUA, pensei, apesar de TUDO, em poucos dias, eles arrumarão os prédios e tudo estará bem. Não fazia idéia da dimensão do que estava presenciando. De repente comecei a ver vários homens de terno, correndo deseperados, todos sujos de "dusty" com expessão de desespero em seus olhos, não estava ainda entendendo nada. Mas aos poucos minha ficha comecou a cair, estava de fato no meio de um turbulhão. Nessa alturas não tinha como ir fazer minha prova, não tinha táxi, metrô nada, a cidade virou um caos. Como uma boa turista, sempre estava com a minha máquina comigo, e decidi tirar uma foto das torres, quando vi pela câmera, a primeira torre caindo. Não sabia, mas registrei exatamente o momento da queda... nesse momento estremeci e pensei, meu Deus o que esta acontecendo? o que estou fazendo aqui? Quando a 2 torre caiu escutei um novo OHHHHH . (todos na rua com cara de o que esta acontecendo?) Tentei várias vezes ligar para a minha prima que estava trabalhando lá por perto e nada, Até que consegui falar com ela, e fui para casa dela naquele dia. (PS minha amiga estava viajando, estava so na casa dela). Tive de ir andando ate W 89th e cada prédio grande que passava achava que poderia acontecer o mesmo, tudo cair em cima de mim. Por fim cheguei na casa da minha prima e fomos a uma hospital para doar sangue. Para minha surpresa, eles não aceitaram nosso sangue pelo fato de sermos estrangeiras. Naquela noite, escutamos o barulho dos caminhões (gigantes) descendo a cada minuto em direção ao WTC para resgate. O som das sirenes foi o som que escutamos o dia todo. Um pavor. Não conseguia de jeito nehum falar com minha família no Brasil. Todos pensavam que eu ainda estava no Colorado, pois não sabiam que tinha mudado o vôo de última hora. Consegui falar com uma outra amiga que estava no trabalho e pedi para que ela mandasse um email para minha irmã. Os dias que se seguiram foram de puro pavor. No dia seguinte, as manchetes dos jornais, mostravam as pessoas se atirando das torres. Meu Pai, que desespero, imagina o que passa na cabeça de uma pessoa preferiu se atirar lá de cima? Não consigo para de pensar no dessespero de cada uma daquelas vitimas. No dia seguinte, fui para a casa de uma outra amiga que morava na W 7th - Senti que tinhas 2 NY: Todos que viviam em bairros próximos e que conseguiam ver as torres de suas ruas, e a NY lá de cima, onde todos acompanhavam pela TV, assim como o resto do mundo. O acesso fechou da 14th para baixo. Sem metrô, sem carros, sem nada, apenas. O lixo nas ruas se acumulando, o cheiro insuportável, e ainda não tinha conseguido falar com a minha família no Brasil. Fui andando até a broadway e a 28th, para comprar um celular. Quando estava na loja outro momento de desespero. Todos falando para evacuar, que tinha uma bomba no Empire States. Gente, nunca antes na vida tinha sentido isso, um MEDO enorme, um sentimento de fim. E meu voo para barcelona, tudo cancelado, tudo que eu queria era sair daqui, o mais rápido possível. Resumindo, o primeiro vôo internacional que saiu do JFK foi o meu, para Barcelona. Outro momento de medo, mas tudo correu bem. Ao chegar em Barcelona, estava literalmente em outro mundo. Apesar de todos falarem e acompanharem o que tinha acontecido, nada, nem de perto, a tristeza, o medo, a insegurança dos que estavam aqui naquela manhã. Um ano depois dos atentados, estava em Londres, em uma conferência de telecom, e o palestrante falava sobre o poder dos celulares (e sem noção do público que tinha na platéia, comecou a usar exemplos de como o uso do celular tinha sido relevante naquele dia. Fiquei passada, sempre fico quando me lembro daqueles dias. 

Rosa Carvalho de Freitas - Eu também estava ! Aqui exatamente em frente, mas do outro lado do Hudson. Ainda me lembro das pessoas pulando dentro dos barcos para tentar escapar. Foi horrível ! Ninguém sabia o que estava acontecendo. Durante semanas a gente via pedaços das torres que apareciam nas margens do Hudson. A Paula V. lembrou bem do clima que ficou...um silêncio...o ar com um cheiro pesado...e tudo cinza...
Fernanda Amaral Couto - Eu também estava. Meu marido estava conversando com um dos brokers da Cantor Fitzgerald e ouviu os caras gritarem "fire, fire" e ficou tudo em silêncio (morreu absolutamente todo mundo da corretora pois o primeiro avião bateu no andar deles), muitos amigos dele do mercado conseguiram escapar, no entanto. Ele teve que evacuar o prédio do banco porque é perto de Times Square e depois voltou a pé pra casa que na época era no brooklyn (ele andou por 7 horas). Depois que as torres caíram, parecia que estava nevando mesmo com aquele céu azul, eram as cinzas dos prédios. Ele conta uma cena de todo mundo andando para o norte da ilha depois de terá que evacuar os prédios comercias em Times Square (porque ninguém sabia se os aviões ainda sequestrados iam para lá) e ele diz que era um mar de gente andando sem trocar uma palavra. Tudo silencioso.
Monica Mello de Castro- Eu me lembro que estava descendo a 6th Avenue, e passei pelo hospital St Vincent se não me engano, e via um monte de macas prontas do lado de fora, esperando chegar os feridos. Mas não havia feridos... não chegava quase ninguém... era triste.
Caroline Chevalier Giffoni- Eu nunca vou pra cidade nesse dia, não estava aqui em 2001, mas em 2006 eu estava voltando da fac pra casa (morava a 2 quadras do ground zero) e passei por lá a pé, o clima tava tão pesado e uma sensação de perda tá grande que eu comecei a chorar descontroladamente, tive que ligar para o marido e conversar com ele até chegar em casa. Foi muito forte e desde então eu evito passar perto no dia 11. Tava falando disso com meu marido ontem. Depois de 10 anos, isso não se apagou e nem vai. Foi um evento que marcou uma geração, quem estava aqui jamais vai esquecer isso e quem chegou depois (como eu) e "pegou amor" pela cidade, isso tudo toca fundo e parece muito absurdo. Minha cunhada estava fazendo NYU na época e sempre conta que a roommate dela entrou gritando no quarto, falando que estavam sendo bombardeados e que nas semanas seguintes, quando passava caminhão de bombeiros, as pessoas paravam na rua e batiam palmas. Toda vez que lembro dessa parte do relato eu me arrepio.
Paula A. Moreira- A brasileira Sandra Fajardo Smith, que morreu na Torre Norte do World Trade Center durante os ataques do 11 de Setembro de 2001. Juntamente com a mineira de 37 anos, o governo brasileiro reconhece como vítimas dos atentados os paulistanos Ivan Kyrillos Fairbanks Barbosa, de 30 anos, e Anne Marie Sallerin Ferreira, de 29 anos, que eram colegas de trabalho no Banco Cantor Fitzgerald, no 105º andar da Torre Norte. A morte do capixaba Nilton Albuquerque Fernão Cunha não consta na lista oficial do consulado brasileiro nem da prefeitura de Nova York porque, segundo o Itamaraty, a família não enviou amostras de DNA para confirmar sua identidade.
Marcia Crivorot - Caroline, marcou mesmo. Eu morava na época em Porto Rico, meus filhos tinham 10 e 8 anos. O espaço áereo fechou, minha internet caiu, telefone não funcionava. Meu marido estava em Dallas a trabalho e estaria voando de volta, acabou ficando preso lá por dias. Minha filha que agora tem 20 anos disse que ficou tão impressionada com o trabalho dos bombeiros daqui que está fazendo uma coisa que sempre teve vontade: o curso para ser voluntária dos Fire Fighters.
Ticiana Rocha - Eu conhecia também a Anne e o Alexandre, seu marido. Ela foi da turma de trainee de um banco em SP com o meu marido...sem dúvida uma tragédia! Penso muito naqueles que perderam alguém próximo no ataque e na dor que deve ser assistir os aviões entrando nas Torres..sinto uma angustia, uma agonia, sei lá muito triste mesmo..
Elaine Giurato - Sempre morei em Jersey, mas como muitos na minha área, conhecia pessoas queridas que faleceram no atentado, foram dias e histórias muito tristes. O marido de uma amiga trabalhava na Cantor, e estava no celular com ela descendo as escadas, tranquilo, no 54 andar, quando a torre dele caiu, foi a primeira. Ela trabalhava do outro lado do rio, de frente pra janela dele. Tudo foi um horror, uma tragédia imensa, foram dias apáticos. Conheco pessoas que ficaram muito mal piscicologicamente depois. Mas o que mais me machucou foi ver reações negativas de pessoas no Brasil falando que era bem feito para os Estados Unidos, e eu vi gente. Aqui o desespero, medo, eu indo a memoriais de amigos que a família não teve a chance se velar e se despedir e ainda ver pessoas com esta falta de humanidade, isto me destruiu.
Angela Stewart - Nossa, meninas, esse tópico é emocionante e triste. Eu também na época trabalhava na 57th com a Park Ave e quando entrei no meu escritório, a recepcionista me disse que parecia q um helicóptero tinha batido em uma das torres, depois ela me ligou para dizer que era um avião pequeno e em 10 minutos era um BOING. Nós não tínhamos TV para saber de nada e a sorte é q eu tinha um radinho e a empresa inteira veio para minha sala para ouvir as notícias. Eu estava morando aqui há apenas alguns meses, então não entendia quando todos se desesperavam falando que era terrorismo. Nosso prédio foi evacuado e saímos na rua FANTASMA. Não tinha um carro, ônibus, nem taxi. Fomos andando até a casa de um amigo no UWS, quando paramos no mercado para comprar comida... Foi uma loucura, correria total!!! Quando chegamos na casa dele, ligamos a TV e não acreditamos quando o helicóptero filmava, mas a gente só enxergava um prédio... Nós não vimos que ele havia DESABADO, foi um choque! Consegui voltar para casa no final da tarde por sorte, pois moro no Brooklyn. Ufa, duro relembrar.

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