O segundo emprego

Dando continuidade às histórias do Lúcio… o brasileiro que mora nos EUA há mais de uma década e meia e que eu já citei num dos textos abaixo.

Depois de passada a fase ruim, Lúcio conseguiu abrir uma empresa de house cleaning, ou seja uma empresa que envia funcionários para fazer faxina nas casas. Quando ele foi contratado pela madame “x”, ele recebeu várias orientações, entre elas: a de jamais deixar o gato e o cachorro juntos. Caso isso acontecesse, o cachorro mataria o gato.Quando foi passar as instruções para as funcionárias disse: por favor, jamais deixe o cachorro entrar na casa, ou o gato sair. Se isso acontecer, o cão vai matar o gato. E aí eu mato vocês!

Certo dia, estão as duas limpando a casa quando escutam o cão enfurecido com uma coisa peluda na boca. Elas saem correndo para tentar salvar o bichano. Enquanto o cachorro o jogava de um lado para o outro como se fosse um brinquedo. Meteram a vassoura na cabeça do animal e conseguiram libertar o gato. Já não tinha mais o que ser feito. Ele estava morto.

Então o que elas brilhantemente pensaram: vamos dar um banho nele, escovar e depois fingir que nada aconteceu. Deixaram o gato em cima da cama da dona da casa. A maravilhosa idéia era a dona achar que o gato tivesse morrido enquanto dormia.

No dia seguinte, Lúcio recebe uma ligação. Era a dona do gato. Ela pedia para que ele fosse urgentemente até à casa dela. E ainda lhe informou que já havia chamado a polícia e o pastor da cidade. Ele desperado ligou para as funcionárias que estiveram lá no dia anterior e elas lhe contaram sobre o tinha acontecido. Ele foi pensando durante o caminho o que poderia dizer. Que desculpa dar, mas nada vinha à sua cabeça.

Quando chegou a dona disse: vamos comigo até lá em cima. Abriu a porta do quarto e disse: o que você vê em cima da minha cama? Ele: o gato. E ela: é, é o meu gato. Ele morreu há 2 dias e nós o enterramos no quintal. Ontem inexplicávelmente ele veio parar em cima da minha cama. Chamei até o pastor que fez a extrema-unção dele para ver com os próprios olhos.

Lúcio não aguentou e começou a rir. A cena era ilária. Vários policiais, o pastor da cidade, parentes da dona da casa, todos reunidos só porque o gato “ressuscitou”. Ele contou a verdade e todos caíram na gargalhada. Resultado: ele não foi preso, não sujou a imagem perante o pastor e até hoje a empresa dele limpa a casa da madame “x”.