Monday, May 26, 2008

A FÉ QUE ULTRAPASSA FRONTEIRAS

Viver longe do Brasil não é fácil, mas alguns imigrantes que moram nos EUA arrumaram uma maneira de amenizar a saudade. Foi por meio da fé que eles encontraram equilíbrio.
A brasileira Maristela Munhoz, de 47 anos, conta que quando chegou na América o objetivo era melhorar a situação financeira. “Aqui cada imigrante vem de um lugar diferente. Apesar de terem costumes e culturas diversas, todos vêm com o mesmo objetivo: ganhar o tão sonhado dólar. Mas rapidamente percebemos que a vida não é só ganhar dinheiro. Logo que cheguei entrei em depressão. Sentia muita falta dos parentes e amigos. Nunca havia me separado deles. Foi uma sensação muito ruim. Me agarrei na fé para não enlouquecer. Quando perdi meu irmão, em nenhum momento me senti só. Além da presença do meu marido, as pessoas da igreja me deram todo apoio que eu precisei. Quando ficamos tristes, tem sempre alguém para nos levantar. Se não fosse o meu envolvimento com a igreja católica e as amizades que conquistei, com certeza já teria voltado para o Brasil. A religião foi fundamental para que eu pudesse suportar esse vazio”, revelou Maristela.
Ela diz que foi muito bem acolhida pela Paróquia St. James, que fica em Newark, Estado de Nova Jersey. Por semana, são realizadas 4 missas em português. “É maravilhoso estar em outro país e participar das missas ouvindo o padre rezar no nosso idioma. Na igreja eu fiz vários amigos. Somos uma grande família. Passamos datas comemorativas juntos, como aniversários, Natal e Páscoa. Adoro o que faço, gosto de estar envolvida nas atividades da igreja. Aqui nos EUA nós participamos mais. Temos mais abertura. As coisas não são tão rígidas. O padre é como um amigo. Ele nos visita, participa da nossa vida, das nossas festas. Está sempre presente”, afirma a brasileira.
Maristela conta ainda que o que a faz se sentir especial é saber que todos procuram a igreja como um porto seguro. E é por causa da fé que todos se ajudam. “Todos nós somos iguais. Aqui não tem mais rico ou mais pobre. Não importa se tem green card ou não. Pode ser preto, branco, carioca, paulista ou mineiro. Somos todos filhos de Deus. Todos buscando a mesma paz”, finaliza.
A fé também se fortalece entre os imigrantes evangélicos. Em Nova York, o Pastor Luiz Roberto Paes, de 40 anos, explica que a realidade que se afronta à fé cristã evangélica na cidade, é a diversidade étnica religiosa. No Brasil, ele fazia parte da vida religiosa, mas apenas como líder de pequenos grupos dentro da igreja. Há 4 anos ele é pastor titular da igreja do Evangelho Quadrangular de Astoria, Temple of the Natios, em Nova York.
Segundo ele são vários motivos que levam os brasileiros a procurarem a igreja. E um deles é a saudade que sentem do Brasil. Mas ele explica que para que essa carência seja suprida é necessário que a igreja tenha estrutura espiritual e social para fazer trabalhos onde os participantes se sentirão mais amados. “Dessa forma o indivíduo expressará mais amor ao próximo e compartilhará de seus princípios e valores, diminuindo assim a dor pela distância de seus entes queridos.
André Saroba é evangélico, tem 41 anos e está há 16 em Nova York. Ele conta que passou a frenquentar mais a igreja depois que saiu do Brasil. Diz que raramente perde um culto e que vai à igreja todas quintas e domingos. “Sinto a presença de Deus quando congrego. É um sentimento muito especial”, diz André. Ele acha que os imigrantes que moram na América não têm tempo para ir à igreja. Segundo ele, estão todos em busca de dinheiro. Apesar disso ele concorda que a religião ameniza a falta da família. “Acho que o fato de frequentar a igreja diminui a saudade que eu sinto dos parentes, mas deixo todas as minhas ansiedades à disposição do senhor”, finaliza André.
A evangélica Rynara Ferreira, 38 anos, é baby sitter e mora há 19 na América. Atualmente reside em Lyndhurst, em New Jersey. A brasileira também ficou mais assídua na igreja depois que se mudou para os EUA. Ela conta que os cultos realizados são especiais porque o pastores se dedicam mais. E acha que os fiéis imigrantes são diferentes dos fiéis que estão no Brasil. “Talvez por serem mais solitários, eles são mais presentes nos cultos e até participam mais das atividades que a igreja promove. Segundo ela, é uma forma se sentirem mais protegidos. Rynara revela que foi em busca da religião para sentir mais a presença de Deus, apesar de achar que nada diminui a saudade que ela sente do Brasil.

Monday, May 19, 2008

Toda mulher merece um diamante


Depois de tudo que eu presenciei, tenho quase certeza de que as brasileiras após ler este texto vão dizer: porque eu não nasci nos EUA?

Estive em uma festa de noivado este mês em Nova York. A noiva era americana, mas o noivo brasileiro. Apesar da diferença na nacionalidade, tudo ocorreu conforme à tradição americana.

Aqui o casal não coloca aquele anel simples só de ouro na mão direita, como é de costume no Brasil. O noivo compra um anel de diamante, equivalente ao dobro do salário que ganha, e só a noiva usa aliança na mão esquerda. A mesma do casamento. Esse que vi desse ter sido uns oito mil dólares.

Curiosa, perguntei sobre a aliança de casamento e a noiva me disse que cada um compra a do outro e, que geralmente elas não são iguais. Essa parte eu não gostei! É muito mais romântico os dois usarem as alianças idênticas.

Os petiscos estavam uma delícia. E como já falei anteriormente, os americanos são muito práticos. Por isso os pratos e talheres eram de plástico. Apesar da simplicidade, eles eram dourados e cheios de estilo. Adorei pois dessa forma não é preciso ter o trabalho de lavar a louça depois.

Bom, voltando a parte romântica, é chegado o momento. O noivo chama a atenção de todos, pede para se aproximarem e começa o brinde agradecendo a todos presentes. O mais emocionante foi quando ele se ajoelhou, abriu a caixinha de veludo e disse: will you marry me? E ela bastante emocionada e tremendo disse: yes, I do!

Os que me conhecem melhor sabem que choro com facilidade e já devem imaginar o que aconteceu comigo! Rsrs.

Ah, já ia me esquecendo. Preciso comentar sobre a frieza do americano. Enquanto eu chorava de emoção, a mãe da noiva ao meu lado estava parada dando um sorrisinho bem sem graça. Parecia que o genro estava dizendo “bom dia” para a filha dela. Mas não achem que ea sogra não aprovou a união. No fim da festa soube que ela confessou que quase fez xixi nas calças de tanta emoção. Mas eles são assim, tão comedidos que às vezes parecem frios.

Friday, May 16, 2008

Oito ou oitenta

Já mencionei algumas vezes aqui sobre a boa educação dos americanos, mas ultimamente tenho percebido que não é bem assim. Notei que quando eles não são muito educados, a grosseria impera. É como se diz no Brasil: ou é oito ou é oitenta! Não existe meio termo. Pelo menos até agora não vi.
Fui comprar uns chocolates na loja do M&M's, que fica na Times Square e quando fui pagar a funcionária não estava em um dos seus melhores dias. A má vontade e a impaciência eram notórias. Cara amarrada e com semblante pesado ela me atendeu super mal.
Mas a ironia disso tudo está no nome da americana: Karisma. Que apesar de se chamar assim, ela de carismática não tinha nada! Rsrs.

Sunday, May 11, 2008

É possível comer salmão em NY por 99 cents

Existe uma loja em Manhattan chamada Jack’s World, onde no primeiro piso todos os produtos custam 99 cents. Nos andares de cima eles vendem maquiagem e produtos de beleza por 1,99 ou 2,99 dólares. E tem também eletrodomésticos e produtos mais sofisticados.
Em uma da minhas infinitas idas ao lugar, resolvi dar uma olhada nos congelados. E quase nem acreditei que achei salmão por menos de 1 dólar! Tudo bem que era só uma posta, mas resolvi comprar e arriscar.

Preparei apenas com azeite e alho. E para acompanhar legumes cozidos e um Gato Negro merlot. Combinação perfeita para uma noite de clima agradável em Nova York.

E nesse momento ao saborear o meu salmão, escrevo para vocês e afirmo: esse foi o salmão mais barato que eu comi na vida. E o melhor, está delicioso! I love Jack’s World! Rsrs.

Monday, May 5, 2008

Como fazer uma faxina na América?

Nos EUA não é comum ter empregada doméstica. As poucas que existem ganham uma fortuna e trabalham para milionários. Como não existe mão de obra fácil, o serviço é muito caro e nem todo mundo pode pagar. Conheço algumas pessoas que se deram bem por aqui com este serviço. E adoram porque a faxina daqui não é pesada como a do Brasil.
O americano é muito prático. Existem produtos e eletrodomésticos para tudo. Sabe aqueles lencinhos umedecidos de limpar o bumbum do nenêm? Aqui existem lencinhos similares para limpar o fogão, a banheira, os móveis, o piso, enfim, para cada cantinho da casa. Aspirador e máquina de lavar louça são produtos essenciais num lar americano.

Os produtos são mega, super, ultra eficientes. É só borrifar um pouco e passar um dos lencinhos que a sujeira já era. Tem uns tão fortes que você precisa abrir a janela para não ficar sufocada. Mas o bom de tudo isso é que você com certeza não vai ficar com calos nas mãos de tanto esfregar um determinado local.

Rôdo não existe. Sofri para achar um substituto. Acabei percebendo que o tal do escovão acaba fazendo o mesmo serviço, apesar de não ser melhor. Não sei se vou conseguir explicar, mas ele tem vários fios entrelaçados que substituem o rodo e o pano de chão. Que também é algo raro de se encontrar. Eu até hoje não encontrei!

E uma dica ainda relacionada com a higiene: se você encontrar aí no Brasil uma secadora de roupas, compre! É a melhor invenção do mundo. Você lava a roupa em meia hora, em seguida com mais 40 minutos mais ou menos você tem a roupa seca, quentinha, limpa e cheirosa em mãos. Isso salva muitas mulheres que não perceberam que a roupa que elas pretendiam usar a noite estava suja.

Thursday, May 1, 2008

Uma Verdade Inconveniente

Essa semana assisti o documentário “Uma verdade Inconveniente“, do político norte-americano e ex-vice presidente dos Estados Unidos da América Al Gore. O filme mostra como da emissão de poluentes e o mau uso dos recursos naturais têm influenciado para o aquecimento global.
Diz que os livros de ciências do Brasil vão ter que mudar. Pois fenômenos que cientistas afirmavam que nunca iriam ocorrer no país, estão acontecendo. Segundo ele dentro de aproximadamente dez anos muitas cidades não existirão mais. Ficarão alagadas depois do derretimento das geleiras.

Algumas sugestões são mostradas sobre como a população pode ajudar a melhorar o mundo. E ainda aponta alguns culpados pelo problema, como por exemplo o capitalismo e o acúmulo de riquezas. Relata também evidências de que a emissão de dióxido de carbono tem aumentado a tempratura da terra.

Uma Verdade Inconveniente aborda questões importantes sobre a produção de combustíveis fósseis. Relembra que o atual presidente do Estados Unidos da América, George W. Bush, não apoiou o protocolo de Quioto, justificando o alto valor que seria destinado. Dando como exemplo a Índia e a China, que não foram obrigados a aderir ao programa. E que eles são os maiores emissores de poluição depois dos EUA. O protocolo de Quioto é uma tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa do aquecimento global.

De acordo com Al Gore, os EUA produzem 25% do total de emissões de gases de efeito estufa, mas dispõem de capacidade tecnológica e institucional que permitiriam ao país encontrar a solução do problema. O político ressalta que a necessidade de combater o aquecimento global não é uma questão política, mas uma questão moral. Depois de 30 anos de pesquisa, Al Gore mostra que é possível reverter essa dramática situação sem causar um dano econômico grave para a sociedade.

Uma Verdade Inconveniente desperta a consciência para a iminência da extinção da raça humana, que até recentemente os cientistas só esperavam para os próximos milhares de anos. Mostra que a qualidade de nossa vida no planeta vai piorar.

Al Gore foi vice-presidente de Bill Clinton de 1993 a 2001, foi o negociador dos Estados Unidos para o protocolo de Kioto. Concluído em dezembro de 1997, entrou em vigor em fevereiro de 2005. Foi candidato à presidência dos EUA nas últimas eleições, mas “perdeu” para George W. Bush. Com o filme, Al Gore e o corpo de especialistas do painel intergovernamental de mudanças climáticas da ONU ganharam o Prêmio Nobel da Paz de 2007.


Depois de assistir ao documentário, dificilmente alguém vai dormir sem se perguntar o que pode fazer para salvar o planeta.