Tuesday, January 3, 2017

BRASILEIRAS CRIATIVAS SE REINVENTAM E MUDAM DE PROFISSÃO NOS EUA

Morar fora do Brasil é um sonho para muita gente. Muitas pessoas vem para os Estados Unidos para passear, se apaixonam e acabam ficando. Outras vem para estudar ou acompanhando o marido que foi transferido por causa do trabalho. Mas alguns obstáculos fazem com que essas mulheres tenham que mudar o ramo do trabalho por não terem o visto adequado, por não terem feito faculdade aqui, ou pelo fato do diploma brasileiro não ser válido aqui. Além disso, ainda existe as que ousam e decidem tentar trabalhar em algo que já tinham interesse. A Curitibana Patrícia Beraldi Gonçalves era advogada no Brasil e virou cake designer em Nova York. “comecei a decorar bolos como hobby, pois não podia exercer a profissão de advogada nos EUA sem fazer a prova do BAR, o equivalente ao exame da OAB no Brasil. Para você poder exercer a profissão de advogado nos EUA, tem que fazer essa prova”, diz ela. Nunca passou pela cabeça da brasileira atuar na área porque não tinha nenhuma habilidade na cozinha. Morando aqui há quase 6 anos, Patrícia diz que se algum dia voltar a morar no Brasil ela pretende conciliar a advocacia com a nova empreitada dos bolos. “Sinto muita falta de advogar, sinto falta de estudar, de criar e defender uma tese, de escrever! Hoje fico muito feliz quando vejo o resultado final de um trabalho artesanal, e o sorriso de satisfação do cliente. E isso tudo sem precisar encarar um juiz!”. Já Christiane Brasileiro mudou de profissão porque estava entediada com o trabalho intelectual de tradutora. Mudou para Nova York e virou Chef. “Queria dar vazão ao meu lado criativo. Sempre cozinhei, sempre gostei muito. No Brasil, por um breve período, tive um buffet em sociedade com uma amiga. Mas precisava aperfeiçoar minhas técnicas culinárias, me profissionalizar”, afirma Christiane. Ela conta que não sente falta do trabalho antigo e que hoje se satisfaz muito mais. “Amo a culinária. Me fascina buscar o aperfeiçoamento de minha arte e a possibilidade de usá-la para congregar as pessoas. Letras é passado para mim”, conclui. A ex-Head Hunter hoje investe em outra carreira. Camila Xavier mudou para Nova York e decidiu abrir um pequeno negócio. A mudança aconteceu pelo fato dos salários na área em que ela atuava não serem muito atrativos. “Mudei porque os salários na minha área aqui não me agradavam e por eu ter diploma do Brasil. Então não era vista como senior aqui.”, diz Camila. O novo negócio está um sucesso, mas mesmo assim ela fala que sente muitas saudades do que fazia no Brasil. Camila fala que nunca imaginou fazer o que faz hoje, e que se voltar a morar na terra natal com certeza irá fazer o que fazia antes. “Amo a área de Recursos Humanos! Adoro trabalhar em equipe, gerenciar pessoas, participar de reuniões e ter metas”, finaliza. Silvia D’Ávila era Secretária Executiva no Brasil, mas com formação em Artes Plásticas. “Vim para NY em 2001 com meu marido que foi transferido em 2005 comecei a trabalhar como assistente de designer de joias e há dois anos decidi começar um negocio próprio. Fiz alguns cursos na FIT e montei a minha empresa Iza by Silvia D'Avila Inc.”, conta. Quando o assunto é Brasil, ela diz que com certeza se voltasse a morar lá abriria um negocio lá também. “Até porque já tenho alguma coisa lá informalmente. Acho que nunca imaginei que estaria trabalhando em algo que usasse meu lado artístico, mas isso tudo me encanta e o que realmente me fascina é a liberdade que eu tenho pra trabalhar usar meu tempo criando coisas interessantes ao invés de anotar as ideias dos outros em uma ata”, conclui Silvia.

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