Morar fora do Brasil é um sonho para muita gente. Muitas pessoas vem para os Estados Unidos para passear, se apaixonam e acabam ficando. Outras vem para estudar ou acompanhando o marido que foi transferido por causa do trabalho. Mas alguns obstáculos fazem com que essas mulheres tenham que mudar o ramo do trabalho por não terem o visto adequado, por não terem feito faculdade aqui, ou pelo fato do diploma brasileiro não ser válido aqui. Além disso, ainda existe as que ousam e decidem tentar trabalhar em algo que já tinham interesse.
A Curitibana Patrícia Beraldi Gonçalves era advogada no Brasil e virou cake designer em Nova York. “comecei a decorar bolos como hobby, pois não podia exercer a profissão de advogada nos EUA sem fazer a prova do BAR, o equivalente ao exame da OAB no Brasil. Para você poder exercer a profissão de advogado nos EUA, tem que fazer essa prova”, diz ela. Nunca passou pela cabeça da brasileira atuar na área porque não tinha nenhuma habilidade na cozinha. Morando aqui há quase 6 anos, Patrícia diz que se algum dia voltar a morar no Brasil ela pretende conciliar a advocacia com a nova empreitada dos bolos. “Sinto muita falta de advogar, sinto falta de estudar, de criar e defender uma tese, de escrever! Hoje fico muito feliz quando vejo o resultado final de um trabalho artesanal, e o sorriso de satisfação do cliente. E isso tudo sem precisar encarar um juiz!”. Já Christiane Brasileiro mudou de profissão porque estava entediada com o trabalho intelectual de tradutora. Mudou para Nova York e virou Chef. “Queria dar vazão ao meu lado criativo. Sempre cozinhei, sempre gostei muito. No Brasil, por um breve período, tive um buffet em sociedade com uma amiga. Mas precisava aperfeiçoar minhas técnicas culinárias, me profissionalizar”, afirma Christiane. Ela conta que não sente falta do trabalho antigo e que hoje se satisfaz muito mais. “Amo a culinária. Me fascina buscar o aperfeiçoamento de minha arte e a possibilidade de usá-la para congregar as pessoas. Letras é passado para mim”, conclui.
A ex-Head Hunter hoje investe em outra carreira. Camila Xavier mudou para Nova York e decidiu abrir um pequeno negócio. A mudança aconteceu pelo fato dos salários na área em que ela atuava não serem muito atrativos. “Mudei porque os salários na minha área aqui não me agradavam e por eu ter diploma do Brasil. Então não era vista como senior aqui.”, diz Camila. O novo negócio está um sucesso, mas mesmo assim ela fala que sente muitas saudades do que fazia no Brasil. Camila fala que nunca imaginou fazer o que faz hoje, e que se voltar a morar na terra natal com certeza irá fazer o que fazia antes. “Amo a área de Recursos Humanos! Adoro trabalhar em equipe, gerenciar pessoas, participar de reuniões e ter metas”, finaliza. Silvia D’Ávila era Secretária Executiva no Brasil, mas com formação em Artes Plásticas. “Vim para NY em 2001 com meu marido que foi transferido em 2005 comecei a trabalhar como assistente de designer de joias e há dois anos decidi começar um negocio próprio. Fiz alguns cursos na FIT e montei a minha empresa Iza by Silvia D'Avila Inc.”, conta. Quando o assunto é Brasil, ela diz que com certeza se voltasse a morar lá abriria um negocio lá também. “Até porque já tenho alguma coisa lá informalmente. Acho que nunca imaginei que estaria trabalhando em algo que usasse meu lado artístico, mas isso tudo me encanta e o que realmente me fascina é a liberdade que eu tenho pra trabalhar usar meu tempo criando coisas interessantes ao invés de anotar as ideias dos outros em uma ata”, conclui Silvia.
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Tuesday, January 3, 2017
Natal em Nova York
Provavelmente, muita coisa já foi vista nos filmes. Árvores de Natal, decorações de tirar o folêgo, Papai Noel por toda parte, luzes cintilantes, carrinhos de doces, patinação no gelo e músicas como Jingle Bells e White Christmas tocando nas lojas, esquinas e estações de metrô. Nova York por si só já é espetacular, mas durante o Natal, é ainda mais bonita, mística, acolhedora e surpreendente. É a época em que a cidade costuma oferecer mais do que o habitual. Mais compras, mais shows, mais opções de atividades por todos os lugares.
E se você ainda não veio à Big Apple, os dois últimos meses do ano são sem dúvida os mais disputados. A cidade fica lotada de turistas, aeroportos abarrotados e o trânsito, ainda mais caótico. Porém, vale muito à pena, pode acreditar! Não apenas por já estar com temperaturas bem baixas e ter a possibilidade de nevar, mas também devido a decoração natalina que invade as ruas e avenidas criando uma atmosfera mágica e encantadora. São lojas, como a Macy’s, que possui um espaço denominado Santa Land em um dos andares, e a Sacks e Bloomingdales com vitrines incríveis. Além das casas e escritórios com efeites de todos gostos, cores e tamanhos diferentes, espetáculos imperdíveis, como o Radio City Christmas Spectacular e o ballet The Nutcracker também já estão em cartaz.
Conhecida em todo o mundo por ser o símbolo do Natal na misteriosa Gotham City, a árvore do Rockfeller Center é um verdadeiro show à parte. No último dia 30, o Tree Lighting Ceremony abriu oficialmente o feriado com performances de vários artistas de peso, como Tony Bennett, Josh Groban, Garth Brooks, Sarah McLachlan e Radio City Rockettes. Por ser um dos eventos mais esperados do ano, as ruas precisam ser interditadas por conta das milhares de pessoas que se aglomeram em frente ao Rockfeller para admirar de perto. Enquanto outras se reúnem em bares e restaurantes para assistir e contemplar ao vivo pela TV. Todo esse destaque não é à toa, são mais de 45 mil lâmpadas de LED para iluminar o gigante de 25 metros de altura. No topo, uma estrela feita com cristais Swarovski, que custa em torno de 1,5 milhões de dólares, finaliza a decoracão. A beleza é tanta que compensa ir até lá só para tirar fotos com o pinheiro. E ainda é possível aproveitar e patinar no gelo em uma das pistas de patinação mais bonitas da cidade.
Outra característica muito especial de Nova York são as feirinhas de rua que são montadas nos parques de Manhattan. O Bryant Park Winter Village e o Union Square Holiday Market são os meus favoritos. Tem uma variedade enorme de comidas, efeites de Natal, sem falar nas opções de presentes para toda a família. E mais uma vez esse ano, um outro parque conhecido por muita gente, o Madison Square Park, vai ser transformar em uma vila gigante com casinhas de biscoito. É a Giant Gingerbread Village! Uma pena que só dura apenas duas semanas. O jeito vai ser se conformar e montar a tradicional casinha de biscoitos miniatura em casa! Para quem nunca viu, elas são vendidas em lojas de departamento e até mesmo em farmácias. É farra garantida entre a criançada!
Morar em Nova York tem dessas coisas. A gente se envolve, mergulha mesmo na cultura adotando os costumes locais. Começa logo depois do feriado de Thanksgiving com a compra do Pinheiro de verdade e com a chegada do Elf, o duende que vem todos os anos para a nossa casa, a mando do Papai Noel, para vigiar as nossas crianças e ter certeza de que eles estão se comportando bem. Todas as noites ele volta para o Pólo Norte para contar ao bom velhinho tudo que aconteceu e retornar na manhã seguinte. Falando em visita, existe algumas opções imperdíveis de passeios de trem para ir até o Polo Norte. Um deles é o Polar Express, um atração inspirada em um clássico dos cinemas, onde um garoto que não acreditava na história de Natal viaja em um trem mágico para receber um presente muito especial do Santa Claus. As crianças viajam de pijamas e tomam chocolate quente enquanto escutam atentas as histórias de Natal. Nessa época do ano, provavelmente as crianças que moram nos Estados Unidos já enviaram as cartinhas com os pedidos, as casas estão decoradas, os cartões de natal já foram enviados para os amigos e familiares, as compras estão quase no fim e agora, é só deixar a caneca de leite quente e os cookies embaixo da árvore no dia vinte e quarto de Dezembro e esperar que o velhinho barbudo desça pela chaminé. Merry Chistmas to all, and to all a happy new year!
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